terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Emprego Bom Já

"Não há trabalho!" Chega disto, e é agora!!

Em 2001 houve cerca de 18 mil pessoas que terminaram a licenciatura em Portugal e em 2010 esse valor passou para 80 mil, mas este é o problema, 18 mil valia muito, 80 mil já vale pouco, é por isso mesmo que o arroz é barato e o diamante é caro. Em pleno século XXI vivemos um contexto de inflação académica em que há muitas licenciaturas, e estas mesmas licenciaturas não são mais apenas que simples "chaves" que não têm valor.
Há 12 anos, uma licenciatura era uma chave de ouro que abria as portas mais difíceis, hoje é apenas mais uma "chave" entre muitas outras, e só depende de cada um nós transformarmos essa mesma chave em algo valioso.
Até aqui já concluímos que existe uma grande obstrução dos tempos de antigamente e de hoje, mas o problema não é a formação técnica, porque esse é mesmo muito bom, e sobretudo em áreas de carater técnologico e cientifico competimos com os melhores do mundo, nós portugueses competimos em células estamináis com os japoneses de igual para igual. O problema está na tradução do valor, isto é, de um lado falta consciência comercial, as pessoas ainda não tomaram consciencia do que é o mundo do negócio, de fazer transacções de negócio, das vendas. Se uma empresa precisar de recursos e for chamar um monte de pessoas com a "área" ou mesmo sem ela para esse mesmo recurso, é lógico que vai ficar com a que mais compete com as necessidade dessa mesma empressa, hoje já não interessa se mereces muito ou pouco, interessa sim se há um bom valor entre aquilo que nós vendemos e aquilo que a empressa precisa. A transcção de negócios é isso mesmo, é "o precisas de saber", "o que é que fazes", "o que é que vendes", "que valor dás/acrescentas", é disso que as empressas precisam e que as pessoas têm que saber.
No outro lado vem o entusiasmo, a energia, as empressas precisam de pessoas que queiram fazer, e não daquelas que ficam a dizer o tempo todo o tipico "não sei", "não faço", "não sou capaz" e nós os portugueses temos muito esse conceito, essa mania e as empressas não precisam dessa atitude, precisam sim de soluções, de pessoas que chegue na segunda-feira de manhã com vontade de levantar da cama, de fazer sucesso na empressa, e são pessoas com essa "sede" que as empressas compram.
Principalmente os jovem querem fazer a tipica "gazeta" de entrar mais tarde e sair mais cedo, mas não pode ser, temos que entrar mais cedo e sair mais tarde, nem que sejam 5 ou 10 minutos no final de cada dia, é preciso tormar a atitude de não saber mas querer aprender, querer encontrar, fazer, errar mas voltar a fazer e se ainda assim sair mal tentamos outra vez, porque ninguém nasce ensinado e se nunca tivermos visto mesmo com atenção uma pessoa a fazer aquilo é normal que nós não saibamos.
As empressas/organizações hoje não procuram as pessoas com mais aquisições, mas sim aquelas com mais força de vontade, porque tu até podes ser uma pessoa com estudos, com capacidade elevada numa determinada área, mas se não tiveres atitude, força e energia vai haver sempre alguém com menos estudos, com menos capacidade e menos talento mas com mais fibra á espera que tu caias para te pisar em cima e ocupar aquele que já foi o teu lugar.
A pergunta mais expecifica/feita nas empressas é "Se eu te ensinar, tu depois fazes?"
Muitas pessoas estão á espera que o governo, a troica, o FMI mude, mas tomem consciencia de que eles não vão mudar, nós empregados, é que temos que mudar consoante eles, nós é que temos que atuar diferente perante os empregadores.
Conheço muitas pessoas, principalmente jovens que têm a mesma idade que eu ou até um pouco mais velhos, e que já se queixam de as firmas não lhes respondem, que  não querem saber deles, que não ligam aos seus curriculus, mas nenhum deles diz "o que é que será que eu tenho que mudar". Percebam uma coisa, curriculus não valem para nada, a maioria dos empregadores não vai ler 20 curriculus por dia, é completamente diferente se tu chegares lá com uma personalidade forte, uma personalidade marcante e dizeres com força de vontade "eu já trabalhei nisto e naquilo, nunca ocupei nenhum cargo parecido ao qual estão há procura de pessoal para o exercer, mas eu quero que tu me ensines porque quero e vou aprender".
A procura de trabalho consiste numa esféra individual, em que cada um tem que perceber o que está mal nele e mudar, mas não é mudar para ficar a fazer queixas, chega de lamentar, chega de dizer que não sou capaz e agir.
Eu estou-me a basear no video de Miguel Gonçalves, e uma frase que ele disse e que realmente é de brilhar: "A ciência procura gatos pretos em quartos pretos onde não há gatos pretos, mas acontece uma coisa mágica, é que ao procurar gatos pretos em quartos pretos onde não há gatos pretos eles acabam por encontra-los." O que eu entendi desta frase é que as empressas vão sempre procurar pessoas com um certo poder onde sabem que esse mesmo poder não existe, mas que se tu aprenderes e quiseres fazer mesmo que não saibas, esse poder nasce e é ai que a empressa se concentra.
A maior parte das empressas não querem ter muitos funcionários e por isso só querem ter os melhores, os melhores a agir, os melhores a pensar, os melhores a aprender, a interferir, a agradar ao empregador mas ao mesmo tempo que se apaixone pela actividade que está a exercer e que a faça com criatividade.
O mais comum de hoje em dia é um jovem tirar uma licenciatura e ir procurar trabalho nessa mesma área, o que é completamente normal, tem lógica tirarmos uma licenciatura numa determinada área para futuramente querermos exercer essa actividade. Mas o que não tem qualquer cabimento, qualquer lógica, qualquer justificação, é levar anos há procura de trabalho num mercado que não encontra e dizer que a culpa é do país em que vivemos e que não nos dá oportunidade para isto e para aquilo, que não presta, que não tem trabalho para nos oferecer. É lógico que não tem, porque antes destas pessoas em 2011 acabarem as licenciaturas muitas outras já tinham acabado primeiro e exerceram esses mesmos "lugares vagos". Agora é obvio que se acabarem a licenciatura e não encontrarem trabalho não vão ficar anos á espera que alguém vá abaixo, no máximo dos máximos esperamos 2 meses e é muito.
Muitas pessoas com cursos, licenciaturas, formações, diplomas, ..., muitas pessoas que têm tudo e até mais que isso estão a trabalhar numa caixa de supermercados, estão a servir ás mesas num café, estão a trabalhar num mercado que não tem nada haver com a área em que se formaram. Mas estas pessoas, são as pessoas com a atitude certa, são as pessoas que as empressas futuramente irão comprar, irão olhar para elas e dizer "Este tem atitude. Eu não lhe dei trabalho e ele quis aprender outra coisa".
A verdade nos tempos de hoje é que quem mais começa no 0 (zero) e agir para chegar ao 1, é quem mais sobe na vida.

Por isso não venham dizer que Portugal não tem trabalho, porque tem, os jovens é que quando acabam a universidade querem logo ser "doutores" só porque estudaram, e isso assim não vai longe.